segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Política de Pão e Circo


“Se é para o bem de todos e felicidade geral da nação, diga ao povo que a Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016 acontecerão no Brasil”. Assim talvez dissesse um novo representante do povo. A euforia da escolha nos chegou diante do fato, que para se fazer possível esses dois eventos, será necessário uma grande quantia de dinheiro público.

A verba deixará de ir para as necessidades do povo, para ir para essas obras. Isso é justo? Vale à pena adiar saúde, educação, segurança e saneamento básico, tendo em vista dois acontecimentos esportivos?

Quando a população pede verba para as necessidades básicas, a resposta é sempre a mesma: “Não há verbas”. Então por que nossos governantes permitiram empréstimos gigantescos às prefeituras para ajudar nessas construções? Simples. Porque para o governo é muito mais vantajoso investir em entretenimento, proporcionando alegria e descontração para a população em geral, minimizando assim, a dor dos problemas sociais, explorando a diversão e dando migalhas aos necessitados.

Diante disso, podemos concluir que a nossa política se parece muito com a Política de Pão e Circo, criada na Roma antiga, usada para calar a boca da população, mediante a essa grande desigualdade social e a insensibilidade do Governo. Como diria o poeta: “Trata-se como sempre de mudar alguns detalhes, para que o essencial siga o mesmo”.


Ana Kálita Marcon

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Bem vindos à Realidade


A vida é difícil, disso não temos dúvida, afinal ouvimos isso todos os dias, em inúmeros lugares. Escolas, filmes, novelas, músicas, todos contando histórias de pessoas que passaram por várias dificuldades e conseguiram sobreviver e superar as crises. Mas estas histórias não mostram a verdade por trás de tudo isso, a grande "conspiração" que nos induz a pensar de um jeito que não é nosso: É tudo uma questão política e do que é melhor para o governo.

Somos induzidos todos os dias à produzir. Começamos a vida na escola, produzindo trabalhos e nos preparando para uma grande prova que vai definir o que, exatamente? Simples, vai definir quem vai produzir o que para o governo. É para isso que somos destinados. Somos influenciados a pensar sempre em como a vida é difícil, e nos preparamos cada dia mais, para nos tornarmos pessoas mais capacitadas em produzir. Somos forçados a sempre ver que o mais caro e mais luxuoso são os melhores, mas não abrimos os olhos para outras opções de coisas mais simples. Por que? Para que compremos as produções mais caras e lucrativas.

Assim chegamos no temível desemprego. As pessoas querem produzir cada vez mais, para receber cada vez mais e comprar mais luxo produzido por pessoas que também querem receber mais para comprar mais luxo. Vivemos em um "loop" infinito. Então o desemprego se mostra. Mas somos induzidos a procurar empregos que nos dão mais lucros, e não somos induzidos à empregos que estejam de acordo com nossas vontades e habilidades. Um músico, por exemplo, é praticamente um desempregado, pois é mal visto por uma maioria, considerado até preguiçoso e vagabundo. Afinal, músicos músicos não são interessantes ao governo, já que estão produzindo conhecimento e cultura ao invés de dinheiro.

Nos tornamos então, máquinas. Máquinas manipuladas e controladas cujo único objetivo é produzir cada vez mais. Não somos dignos de nada, nem mesmo de tomarmos nossas próprias escolhas em busca de nossas vontades e habilidades. Somos apenas pessoas destinadas a buscar uma vida cada vez mais luxuosa, ao invés de nos preocuparmos em sermos nós mesmos , e vivermos felizes assim.